Governo estadual suspende por um ano reorganização estudantil
Neste fim de ano vivenciamos uma vitória do bom-senso: o governo do estado decidiu adiar, por um ano, a reorganização escolar para que haja diálogo com estudantes, pais e professores de cada escola que sofrerá alteração. Já quando esse processo de reorganização se iniciou, me manifestei contrário a ele e fiz um apelo ao governador, aprovado pela Câmara de Campinas em plenário, porque havia uma previsão para que nove escolas fossem fechadas em Campinas e, em minha opinião, escolas não devem ser fechadas nunca e, sim, melhoradas.
Num primeiro momento, o governo reviu os fechamentos e reduziu o número de colégios que seria fechado, mas manteve a reorganização, e eu me mantive contra ela – não por desacreditar que a divisão por ciclos seria má ideia, de maneira alguma. Mas porque o fechamento de escolas estava causando problemas para pais, alunos e professores. Recebi inclusive em meu gabinete mães preocupadíssimas que as filhas, estudantes de um colégio a poucas quadras de casa, teriam de tomar ônibus de noite para se deslocarem para nova escola, o que aumentaria não só os custos da família, como, pior ainda, colocaria em risco a vida daquelas moças, voltando para casa tarde da noite por caminhos complicados. Outros pais temiam que os filhos passassem a estudar em salas de aula ainda mais lotadas, e reclamavam da falta de informação.
De forma que parabenizo todos os alunos e profissionais de educação que, pacificamente, se manifestaram e agiram até conquistarem a vitória nesta importante causa, já que fechar colégios nunca será a solução para melhorar a educação. Também creio que esta é uma decisão acertada do governo estadual porque, como ouvi até mesmo de pessoas ligadas à Educação Estadual que defendem a reorganização, houve um erro grave de comunicação em toda esta história. O Estado deveria ter possibilitado o diálogo desde o momento em que propôs o projeto, deveria ter explicado e discutido tudo com as comunidades escolares. Algo que agora se propõe a fazer. Um desgaste desnecessário, mas antes tarde do que nunca.