Artigo: Prevenir, acolher e agir contra a epidemia das drogas

Rafa Zimbaldi, deputado estadual (Cidadania)

Só quem tem familiares sofrendo algum tipo de dependência química conhece a dor e o pesadelo que é o caminho do vício. Um caminho muitas vezes sem volta, que arranca as pessoas de casa e as joga nas ruas, enfraquecendo as famílias e fortalecendo o tráfico e o crime organizado, o que põe em risco a segurança de toda a sociedade.

É preciso agir com clareza de objetivos, de forma constante e com intenção de resolver, realmente, o problema, mesmo com todas as dificuldades que essa luta impõe.

Campinas, por exemplo, já vive esse problema há algum tempo. A gente sabe que não é fácil, mas o trabalho de prevenção é fundamental. É urgente que sejam feitos novos investimentos públicos em desenvolvimento social.

Como deputado estadual, neste nosso segundo mandato na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp), sou coordenador da Frente Parlamentar de Combate e Enfrentamento às Drogas e também integro a CPI da Epidemia do Crack e a Comissão de Segurança Pública.

Nessa semana, por exemplo, tive uma reunião muito boa com o secretário de Desenvolvimento Social do Estado, Gilberto Nascimento, a quem solicitei a instalação de três unidades do Projeto Estadual Espaço Prevenir – uma no Centro de Campinas, que se encontra hoje em estado avançado de abandono, e outras duas nos distritos do Ouro Verde e do Campo Grande.

Precisamos agir fortemente na luta contra a epidemia das drogas, mas esse deve ser um trabalho de todos. Em Campinas, até 2021, existam 932 pessoas em situação de rua. É preciso que o poder público municipal faça, para começar, um levantamento atual nesse quesito.

Recentemente, o Ministério Público do Estado de São Paulo acionou a Prefeitura de Campinas para que mapeie locais onde há maior concentração de pessoas em situação de rua durante o período noturno, e que nesses locais sejam instalados sanitários para atendê-las.

Desde 2019, o governo do Estado liberou R$ 11 milhões em recursos estaduais que solicitei para cerca de 20 entidades e hospitais filantrópicos, entre elas o Instituto Padre Haroldo, Casa da Criança Paralítica, Hospital Boldrini e Hospital Sobrapar, que atendem milhares de pessoas e famílias em situação vulnerável.

Para combater um problema crescente, é preciso ir na origem, agindo de forma conjunta, e, principalmente, contínua. É preciso investir pesado em atenção, prevenção e acolhimento das pessoas que desejam sair desse pesadelo e voltar para suas famílias, e também em segurança para toda a sociedade.