Rafa Zimbaldi protocola PL que obriga clubes e locais com piscinas de uso comum a alertar pessoas para que saiam da água em caso de raios.
O vereador Rafa Zimbaldi (PP), que preside a Câmara Municipal de Campinas, protocolou nesta semana um Projeto de Lei que propõe a obrigatoriedade de clubes, praças esportivas, condomínios fechados e estabelecimentos similares dotados de piscinas de uso comum a afixarem cartaz ou placa alertando contra o perigo de raios. O alerta, que deverá ser afixado em local de fácil acesso e visível aos usuários da piscina, trará os seguintes dizeres: “Atenção! Ao sinal de chuva, relâmpagos ou trovões, saia imediatamente da piscina.”
“Trata-se de uma medida simples e de baixíssimo custo, mas que pode proteger a vida e a integridade das pessoas frente à iminência de um perigo mortal. As piscinas são um local de alto risco no caso de raios, porque geralmente estão em locais abertos e concentram grande volume de água, condutora natural de eletricidade. No entanto é comum encontrar frequentadores, inclusive crianças, que permanecem na região da piscina e até mesmo dentro d´água quando começa a chover”, diz Rafa.
O vereador acrescenta que o Brasil é o país com maior incidência de raios do planeta e anualmente, entre 110 e 130 pessoas morrem em decorrência de descargas (a maioria no estado de São Paulo) e pelo menos outras duzentas ficam machucadas pelas descargas – um número que pode ser bem maior, já que em muitos casos não há registro oficial.
“Acreditamos que uma parte significativa dessas mortes e lesões poderia ser evitada conscientizando as pessoas sobre os locais de risco”, pontua Rafa.
A Região Metropolitana de Campinas tem alta concentração de raios e, nela, Campinas é a que mais sofre com o fenômeno. Segundo dados do Grupo de Eletricidade Atmosférica (Elat) do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) são mais de 7,6 mil descargas elétricas por ano, sendo que a segunda cidade da RMC com maior incidência, Indaiatuba, registra menos da metade deste número: 2.682 por ano.
Em janeiro de 2015, em uma única tempestade em Campinas foram registrados 876 raios em cinco horas. Entre 25 de dezembro de 2015 e 3 de janeiro de 2016, caíram 636 raios na cidade. Estes números, segundo alguns estudos meteorológicos, tendem a aumentar ainda mais, em decorrência de fenômenos naturais como o El Niño. “Estes números dão uma boa ideia dos riscos que as pessoas podem correr e creio que os próprios clubes, condomínios e outros estabelecimentos com piscina terão grande interesse em ajudar nesta conscientização e evitar acidentes”, diz. Caso o PL, que deve entrar em votação neste semestre, seja aprovado, os estabelecimentos terão 90 dias para se adequarem à lei, que prevê multa de 100 Ufics em caso de desobediência.
Texto: Assessoria de Imprensa da Câmara Municipal
Foto: Stockphoto